في الفم رطبة الذوق ذوق مرّة من التذكارات, وكلّ آلام في النخلة من اليد إستنزاف…[na boca úmida o gosto amargo das lembranças , e todas as dores na palma da mão… sangrando ]

segunda-feira, novembro 08, 2010


عيد الغطاس من اللحظ
 
[epifania da carne]
 
 
teu olhar vazou o lacre do silêncio
tocando a epiderme das palavras,no linho
branco demais, demasiadamente perfeito
 
tuas mãos a inaugurar temporadas do corpo
qual sarça ardente entre o regaço e o dorso  
 
teu desejo a inventar libertinos pecados
meu desejo a despertar a fome da carne
sem receios, sem pudores,sem recatos 
 
e o gozo, como chuva regando a pelve
desborda-nos em auroras de sóis na pele !
 
amina ruthar
 

domingo, novembro 07, 2010

متعذّر إلغاء
[irreversível]
na boca úmida deste  poema, conexões
de ternuras cansadas por infinita espera
na dor retida na palma da mão,erupções
da água rubra e do desejo a flor da pele


entre epifanias das manhãs, desmascarei
a fugacidade do gozo,a esfinge do êxtase


alonguei os braços e os dedos das palavras 
para percorrer as tuas  sobras insanamente
no ar líquido que se desmancha em aragem
és só ausência no mudo espelho das frases


tudo se esgarçou no imponderável das horas
somente cinzas de nosso tempo, sem formas


na boca úmida da palavra sepultei teus passos
bebi a melancolia de teus retratos,afoguei teus sinais
na taça das tuas mãos ásperas de desfazer laços


confesso:
busquei-te ardorosamente sem temer juízos
porque ainda navegavas entre meus liquidos


mas,
noites passadas envelheci meus sonhos
rasguei as entranhas,cortei os pulsos de vadias esperanças
no porão da vida soterrei teus escombros


hoje me voltas coberto de tropeços,pó e chagas :
-tarde demais,minha alma está recém inaugurada!


amina ruthar